terça-feira, 31 de agosto de 2010

Parque Natural dos Lagos de Plitvice

Explorar um ambiente natural onde a quietude impera e a transparência das águas se enaltece, é o sonho de qualquer ser humano que quer fugir à rotina. Ao caminhar pelos passadiços de madeira, subir as colinas ou atravessar os lagos de barco, consegue-se observar a água transparente e os peixes a nadar perto de nós, espreitar a elegância das cascatas e respirar a tranquilidade, que só os lagos de Plitvice nos podem transmitir.
Na Primavera, depois da época de chuva e neve, as cores enobrecem a paisagem e convidam à descoberta das diferentes espécies de plantas. No inverno, os lagos são invadidos por um manto branco. A neve convida a uma visita ao centro de ski de Plitvice e a realizar caminhadas pela paisagem branca.


Subir até Medvjeđak e observar os lagos de um ponto mais elevado é um privilégio. Pelo caminho descobrem-se diferentes espécies vegetais e animais do parque. Veados, raposas, javalis, diversas aves raras, morcegos e ursos são alguns dos animais que ali habitam.

O Parque Natural dos Lagos de Plitvice fica perto da fronteira com a Bósnia-Herzegovina, na Croácia e, em 1979, foi classificado como Património da Humanidade, pela Unesco. Para visitar é necessário adquirir um bilhete, que para os hóspedes dos hotéis do parque são válidos durante vários dias. Com a compra dos bilhetes estamos a ajudar a preservar, conservar e a garantir a manutenção do parque, assim como, podermos andar de barco ou autocarro para os vários pontos dos dezasseis lagos, sem qualquer custo adicional.


Ficaram com vontade de mergulhar? É proibido!


Fotos: Autor desconhecido

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Turismo Trágico

Ataques terroristas, desastres nucleares, exterminação humana e desigualdade social, são alguns dos acontecimentos que constroem os locais de Turismo Trágico. Milhares de pessoas costumam viajar todos os anos para observarem in loco o que aterrorizou, num passado longínquo ou recente, o seu semelhante. São locais impossíveis de descrever, repletos de história e memória, que causam experiências surreais.

Percorrendo Auschwitz-Birquenau, na Polónia, os olhares esfriam perante restos de cabelos, malas, sapatos e centenas de fotografias dos milhares de judeus e ciganos exterminados, a mando do chanceler alemão Adolf Hitler. Num olhar mais sereno, o holocausto está representado na Holanda, no Museu de Anne Frank, onde a jovem escreveu um diário, repleto de memórias do tempo em que esteve escondida no Anexo Secreto.

Como Anne Frank, muitas outras personalidades de relevância cultural marcam alguns locais como produtos turísticos de interesse. O conhecido cemitério do Père-Lachaise, em França, tem milhares de visitas todos os anos porque sepulta grandes nomes como o compositor Frédéric Chopin e os cantores Edith Piath e Jim Morrison. Já na América, o Cemitério Nacional de Arlington, Virgínia, ocupa uma extensa área verde, onde descansam milhares de veteranos das guerras americanas. Aqui, os visitantes procuram o túmulo do presidente John Kennedy e o Túmulo ao Soldado Desconhecido, onde repousam três soldados incógnitos.

Os campos de batalha (Hiroshima), as catástrofes naturais (Tsunami na Tailândia), as lendárias prisões (Alcatraz) e os ataques terroristas (World Trade Center), também são atracções turísticas muito procuradas. A tortura, a dor, a tragédia e o genocídio, são algumas das palavras comuns aos que são considerados locais de turismo trágico.

Em 1986, o maior acidente nuclear de sempre matou milhares de pessoas na cidade de Chernobyl, Ucrânia. São 30km contaminados pela radioactividade, que só poderão ser habitados daqui a umas centenas de anos e que requer, em determinados locais, uma indumentária vedada para os visitantes. Chernobyl é agora uma cidade fantasma. Na localidade de Prypiate, os turistas curiosos encontram edifícios cobertos de cinza, veículos destruídos, escolas e hospitais abandonados às pressas pelos habitantes, bem como animais e algumas pessoas que, mesmo expostas à radiação elevada, não quiseram abandonar as suas terras e dão o seu testemunho real aos interessados.

É ao ouvir a descrição das tragédias na primeira pessoa ou “ver com os próprios olhos”, que o turista consegue compreender melhor a relevância social e cultural destes locais. No Brasil o número de pessoas que querem visitar as favelas tem aumentado. São sítios de pobreza e violência, que nada impedem a organização de visitas. Rocinha no Brasil, Petare na Venezuela e os bairros sociais da Índia, são os locais onde existe uma desigualdade social elevada, tornando-os por isso os mais relevantes para visitar.

Substituir o típico destino paradisíaco, por um destino onde se destaca o sofrimento é uma escolha que implica uma reflexão sobre o sofrimento e também o respeito pelo local visitado. O turismo trágico centra-se numa temática de fatalidade e é praticado pelo seu interesse histórico-cultural, por pessoas do mundo inteiro. Não será o turismo trágico uma forma de relembrar a nossa história?

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O Mausoléu do primeiro imperador Qin


Xian, capital da província de Shaanxi, é detentora de um túmulo sumptuoso de esculturas em terracota. Encontradas há 36 anos, por agricultores, estas figuras representam um exército em formação de batalha, prontos para defender o mausoléu onde está sepultado o primeiro imperador da dinastia Qin.


O exército de oito mil soldados foi enterrado a 5 metros de profundidade e está dividido em três fossos, onde podemos encontrar soldados de infantaria, cavaleiros a pé, oficiais, altos comandos do exército, armas, cavalos e carros. Todos eles são facilmente diferenciáveis. Rostos únicos, indumentária personalizada de acordo com a patente dos soldados e os penteados, são algumas das características destas figuras, classificadas como Património Mundial da Unesco.




O Imperador criou o que seria uma réplica do seu real exército, que o acompanharia na conquista do outro mundo após a sua morte. As estátuas podem ser vistas no Museu do Guerreiros e Cavalos em Terracota, que foi construído no local onde encontraram o exército.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

"Onde Noé deixou a sua arca"

"Paraíso perdido em África" é um filme que decorre em pleno coração de Moçambique.


Entre diferentes estações do ano, a National Geographic leva-nos numa viagem pela diversidade da fauna selvagem do Parque Nacional de Gorongosa, conhecido como o local “onde Noé deixou a sua arca”.

Durante a guerra civil foram vítimas várias espécies protagonistas deste filme, o hipopótamo e o elefante são apenas duas delas. Caçadores furtivos à procura das presas de marfim valioso, guerras entre forças opostas ou a fome dos soldados, levaram a que desaparecessem cerca de 95% de algumas espécies.

Greg Carr, líder do projecto de reabilitação, defende que a regeneração deste parque passa pela reintrodução de vários animais que eram responsáveis pela manutenção do ecossistema e pela ajuda às comunidades locais no seu desenvolvimento económico. Se a pobreza for crescente haverá um maior risco das populações locais caçarem os animais para consumo próprio. Escolas, clínicas de saúde, agricultura sustentável e uma fábrica para distribuir fruta local, foram alguns dos métodos encontrados para que a população não fosse uma ameaça ao futuro da biodiversidade em Gorongosa.

Cascatas a romperem o verde da paisagem, grous, crocodilos, hipopótamos, búfalos, leopardos, zebras, o pôr-do-sol em Bué-Maria, uma expedição à cascata da serra de Gorongosa, um safari e uma cabana em Chitengo, eis alguns dos motivos para visitar, e ajudar, o Parque Nacional de Gorongosa!

De Abril a Novembro, a época seca convida a uma aventura!